domingo, 1 de fevereiro de 2009

Promessas Perigosas


Ano: 2007
Título Original: Eastern Promisses
Realizador: David Cronenberg

Sinopse: O misterioso e carismático Nikolai Luzhin (Viggo Mortensen), nascido na Rússia, é Motorista de uma das mais notórias famílias do crime organizado de Londres, com origem na Europa de Leste. Chefiada por Semyon (Armin Mueller-Stahl), cujo charme como proprietário do acolhedor e luxuoso restaurante Trans-Siberian esconde impecavelmente uma fria e brutal natureza, a fortuna da família é posta à prova pelo volátil filho de Semyon, Kirill (Vincent Cassel), que está mais ligado a Nikolai que ao próprio pai.
Mas a existência cuidadosamente mantida de Nikolai é abalada quando se cruza durante a quadra natalícia com Anna Khitrova (Naomi Watts), uma parteira de um hospital do norte de Londres. Anna fica tão até afectada pela situação desesperada de uma jovem adolescente que morre durante o parto, que tenta descobrir a sua filiação. O diário pessoal da rapariga é uma ajuda: está escrito em russo e Anna procura lá a resposta às suas perguntas.
Em quem deverá confiar? Várias vidas - incluindo a sua - ficam no fio da navalha, numa angustiante cadeia de crimes e enganos que se desenrola através dos mais negros recantos desta família e da própria cidade de Londres.

Apreciação: Depois de História da Violência, com o mesmo Viggo Mortensen, agora transformado em actor-fetiche de Cronenberg, o realizador volta aos territórios do filme policial, polvilhado de brutalidade. No entanto, este Promessas Perigosas não é um filme de acção qualquer. Fugindo aos convencionalismos do género, mantêm a habitual obssessão do canadiano pelo subcutâneo. Uma história do quotidiano, ambientada em Londres, explorando o tráfico humano praticado pela impiedosa máfia russa. Algo visceral, drama humano de elevada densidade, mostra-nos a habitual faceta de colocar pessoas normais em situações extremas. Obra negra, depressiva, onde a felicidade parece ausente, vê-se de um fôlego, com um crescente sentimento de inquietação. A cereja no topo do bolo é a coreografada cena de violência, na sauna, explicitamente brutal e cruel. Não chegando a ser brilhante, é no entanto um filme marcante.

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